No meu grupo de teatro, foi pedido que cada ator fizesse um monólogo, decidi postar no blog,pois várias pessoas gostaram. Embora esse não seja o original, é muito parecido com o que representei.
O rio Branco
Eram 22 hs quando eu estava voltando pra casa,depois de um dia cheio. As ruas estavam calmas,não tinha ninguém andando por aquela região. Minha cidade tem um alto índice de assassinatos e as vítimas desaparecem. Eu moro perto de um rio que dizem que é assombrado, eu tremo de medo,toda vez que passo por ele.
O Rio todas as noites,as 22hs fica totalmente branco, começando então os barulhos assustadores. Eu sempre chego em casa as 21hs,mas havia perdido o transporte,e justamente neste dia, a gangue da cidade havia sido libertada da prisão,o que me deixou com medo.
A caminho de casa,quando passava pelo morro que me permitia ver o Rio começei a tremer,eu estava com muito medo. Quando olho pra trás, 3 homens andavam atrás de mim. Corri,mas eles foram mais rápidos e tentaram me assaltar eu não quis entregar a bolsa,então levei uma pancada na cabeça,desmaiei.
Quando estava voltando ao normal percebi que meus pés estavam cobertos de água, e eu estava deitada na grama, olhei para lado e vi uma luz branca,que flutuava em minha direção,ela era muito forte,e quando me tocou,um barulho horrível me fez desmaiar novamente.
Quando acordei,eu estava nas margens de um Rio, olhei em volta, a água estava vermelha.Eu me sentia pesada e minha cabeça doía muito, mas não achei nenhum corte. Apoiada na raiz de uma árvore,saí de dentro do Rio, e toda enxarcada fui até minha casa, que não era longe.
Eu entrei, tomei banho,fiz um chá e peguei uma coberta. - Nossa! já são 4:30! - Derrubei a xícara, - mas que desastre! - peguei um pano pra secar, e recolhendo os cacos me cortei. Não doeu, o corte era muito fundo, não sangrou! Derrepente era um líquido branco que saia de minha mão, eu começei a gritar, fui ficando tonta, caí no chão. Não perdi a consciência pois pude ver que a água do Rio estava invadindo minha casa, me arrastando para o Rio,e eu não conseguia me mover.
Foi horrível, quando vi,estava no meio do Rio, a água estava escura e vermelha, eu prendi a respiração,mas eu podia respirar ali em baixo, então mergulhei um pouco mais fundo, até que encontrei um monte de corpos, reconheci pelos rostos que eram pessoas desaparecidas, continuei analizando, até que a água foi ficando branca novamente, ficando vermelho apenas o local onde eu estava, eu já não podia respirar então, nadei até a superfície e pude ver, que o rio estava totalmente branco, desesperada, nadei o mais rápido que pude até a margem, subi correndo e correndo fui até minha casa, liguei para a polícia e falei sobre os corpos.
Voltei á beira do Rio,me sentei, quando me dei conta, a água vermelha entrava em meu corpo, pelo corte da mão e da cabeça,me senti leve novamente,eu me senti bem.
Não demorou muito a polícia estava lá, com mergulhadores retirando os corpos, eu continuei sentada,observando no mesmo local. A cada corpo que era retirado, a água ficava mais transparente,obsevei que os corpos eram cobertos por uma luz branca, era a alma. Quando o ultimo corpo foi retirado,a água estava cheia de peixes, e linda como nunca.
Reparei que,na beira do Rio,um pouco mais longe,havia o corpo de uma mulher sendo retirado...Aquele corpo não estava ali, eu não tinha visto! O que teria acontecido pra aparecer ali,do nada? Cheguei perto,pra ver quem era, quando pude ver seu rosto,me assustei, era eu.Eu estava morta e não sabia. Eu chorei, não sabia o que fazer. Entrei no Rio,e fui cada vez mais fundo, uma voz me disse que eu havia salvado as almas das pessoas, pois elas estavam presas ao rio,como eu estou agora. Meu corpo foi retirado mas não o acompanhei e quando entrei no Rio, fiquei presa.
A voz me disse também que eu era a escolhida pra ser a guardiã do Rio, e com isso ganharia poderes, para im pedir que almas fossem ficassem presas novamente.
Não sei quanto tempo faz que estou aqui,só sei que depois que salvei a todos,a água do rio nunca mais ficou branca,e eu todas as noite, nado pelo Rio solitária, cuidando dos peixes e guardando o Rio, pra que nenhum assassino volte a jogar suas vítimas aqui e quando isso acontece, eu pego sua alma,e a faço escrava,por toda a eternidade como forma de punição pelos assassinatos.